A utilização de R$ 400 milhões disponibilizados pelo governo federal para mecanismos de apoio à comercialização de trigo depende agora da publicação de edital. A operação dos leilões é feita pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), e a estimativa é de que o documento saia em breve. Ontem, as regras gerais para os leilões de Prêmio de Escoamento da Produção (PEP) e de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) foram publicadas em portaria interministerial. Fazem parte da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) e haviam sido solicitadas em razão da atual conjuntura de preços do cereal.
— Pedimos que este mecanismo fosse destinado aos produtores de trigo uma vez que o preço de mercado está abaixo do mínimo. Resta saber como vai sair o edital – pontua Hamilton Jardim, coordenador da Comissão de Trigo da Farsul.
O preço mínimo da saca de 60 quilos do trigo tipo pão 1 é de R$ 87,77. Os leilões entram como ferramentas para garantir essa quantia, já que no mercado os valores são inferiores – nas Missões, a cotação era ontem de R$ 50. O pedido para acionar as ferramentas foi feito no mês passado por entidades gaúchas e paranaenses. O anúncio veio logo depois e agora começa a se materializar. À época, o governo estimava que a quantia prevista daria conta de 1,5 milhão de toneladas. Sócio-fundador da Solo Corretora, Índio Brasil dos Santos projeta, no entanto, em torno de 800 mil toneladas, considerando o Sul do país.
Do ponto de vista de preço ao produtor, a ferramenta segue fazendo sentido. As condições climáticas, porém, trouxeram preocupação à safra, o que pode impactar a medida, dependendo das condições que terá (qual o destino do produto e tipo).
— O que pedimos hoje é que tenhamos Pepro para exportação — acrescenta Darci Hartmann, presidente da Ocergs-Sescoop.