A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Depois de anos perdendo área no cultivo da safra de verão, a dupla que faz sucesso no prato dos brasileiros deve voltar a ganhar espaço no campo. Projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apresentada nesta terça-feira (19) aponta um aumento de 10,1% na área de arroz e de 1,9% na de feijão no país. Conforme a 11ª edição das Perspectivas para a Agropecuária - Safra 2023/24, o cereal deve somar 1,6 milhão de hectares, com o incremento puxado pela expectativa de melhora no cenário de preços — que neste momento tem se concretizado. A estimativa de área para o feijão é o feijão, 2,7 milhões de hectares.
— Além disso, o fenômeno El Niño tende a influenciar em uma provável redução de área de soja em áreas baixas em razão da expectativa de maior intensidade das chuvas. Com isso, o produtor tenderá a priorizar o arroz, que é mais resistente à inundação — acrescenta o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Silvio Porto.
A produção foi projetada em 11,3 milhões de toneladas para o arroz, crescimento de 12,8%, e de 2,9 milhões de toneladas para o feijão, nesse caso, recuo de 2,4%. Nessa cultura, o incentivo para o aumento de área tem vindo da perspectiva de melhor rentabilidade frente a tradicionais "concorrentes", como soja e milho, com retorno mais rápido do investimento devido ao ciclo mais curto da cultura, entre outros fatores. O gerente de Fibras e Alimentos Básicos da Conab, Gabriel Rabello, explica que o aumento da área plantada não deve ser acompanhado de uma melhora produtiva por causa da chuva prevista com o El Niño:
— Caso se confirme a presença desse fenômeno, possivelmente ocorrerá uma redução das precipitações pluviométricas na Região Nordeste, e riscos de excesso de chuvas no Sul do país, durante os períodos de colheitas.
Considerando todos os grãos, a safra 2023/2024 no Brasil deve chegar a 319,5 milhões de toneladas. É o segundo maior volume previsto para ser colhido na história do país, 1,02% menor do que o da safra 2022/2023.