A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Conhecidas por terem o pelo malhado nas cores preta e branca, as vacas da raça holandesa prometem vir em peso neste ano na Expointer. E, apesar de já serem tradicionais nos campos gaúchos, tem até expositor fazendo estreia nesta edição.
É a Agrovital, uma propriedade localizada em Três Passos, no noroeste do Estado. Atualmente com 370 vacas da raça, a empresa escolheu viajar os 500 quilômetros até o parque Assis Brasil, em Esteio, com quatro exemplares jovens. E, claro, por trás da viagem, há uma grande motivação para percorrer todo esse trajeto.
— A ideia é divulgar os nossos animais para uma futura comercialização de genética. Queremos agregar valor à propriedade — explica o responsável técnico do local, Cledio Kunrath.
Apesar de atuar há anos no setor de gado de leite, Kunrath conta que os proprietários decidiram registrar os animais na Associação dos Criadores de Gado Holandês do RS (Gadolando) apenas em 2023. É porque, segundo o técnico, a propriedade se localiza "dentro da cidade" e não consegue expandir mais. O foco virou, então, o aprimoramento da qualidade da raça.
A holandesa é a terceira raça com o maior número de exemplares inscritos na 46ª Expointer até agora, com 162 animais. Na frente, estão apenas os cavalos crioulos, com um total de 431 exemplares, e os ovinos da raça texel, com 235.
Para o presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do RS (Gadolando), Marcos Tang, a terceira posição tem uma importância ainda maior neste ano.
— Estamos na luta para solucionar as importações desenfreadas, assim como batalhando por uma remuneração melhor para o nosso produtor de leite, visando, principalmente, que ele permaneça na atividade — justifica o dirigente.
Em comparação ao ano passado, há uma queda de 13 animais.
Tang também lembra que a feira é o momento para o produtor mostrar a genética do seu rebanho e o que tem trabalhado o ano inteiro.
— O nosso produtor vem realizando o seu trabalho com excelência, o que é muito importante porque, se fosse ao contrário, tudo ficaria ainda mais difícil do que já está — observa o presidente da Gadolando.