Na lista de prós e contras a serem considerados, o produtor de milho do Estado mapeia o espaço que a cultura deve ocupar na propriedade. O plantio do grão, conforme boletim semanal da Emater começa, aos poucos, a ganhar forma. A largada se dá a partir do Noroeste. Há locais na regional de Santa Rosa, por exemplo, onde o percentual de área semeada chegou a 40%. O primeiro levantamento de safra do verão deve ser apresentado em meio a Expointer e trará indicativos da aposta a ser feita pelos agricultores, depois de três verões em que as lavouras da cultura acumularam perdas em razão das condições climáticas.
Para o presidente da Associação dos Produtores de Milho do RS (Apromilho), Ricardo Meneghetti, a área deverá ser semelhante à do ano passado, girando entre 800 mil e 820 mil hectares (no caso do grão), mais as destinadas à produção de silagem.
— Vários fatores estão levando o produtor a repensar (a área de milho) e até a não cultivar, mas temos a esperança de que acabe se sensibilizando. Já estamos na linha de partida — observa o dirigente.
Entram nessa relação o custo que, apesar de ser menor do que o da safra passada, segue em patamares elevados. Em contrapartida, há uma perspectiva de menor valorização da saca. Somam-se ainda o risco inerente ao cultivo do grão, “muito suscetível a pequenos veranicos”, acrescenta Menghetti, e a grande incidência no ciclo anterior de cigarrinha.
Outro ponto levantado é o do aumento no valor a ser pago pelo seguro rural, ferramenta crucial para mitigar as perdas em cenários de intempéries. Entre as condições favoráveis à aposta na cultura, o presidente da Apromilho cita o programa de subsídio (a fase 1, recém-lançada pelo governo estadual, terá R$ 20 milhões) para incentivar a compra de equipamentos de irrigação.
E quem é o agricultor que deve seguir apostando na cultura, mesmo com as adversidades que estão postas?
— Aquele que tem planejamento, não fica sujeito a variáveis como o preço. Aqueles que estabelecem um sistema de produção, mais importante do que as variáveis — afirma Alencar Rugeri, assistente técnico estadual da Emater.