Há dois efeitos possíveis no crédito rural diante do corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juro, a Selic. Um é nulo, e o outro, de redução de custos na tomada dos financiamentos. Especialistas ouvidos pela coluna explicam que nas linhas do Plano Safra com juro controlado (ou seja, fixado em um determinado percentual) não existem mudanças.
Nos empréstimos com juros livres e nos que são feitos fora do sistema bancário, o potencial é de um impacto positivo.
— No crédito de juro controlado, que hoje é a menor parte, as taxas anunciadas vão até 30 de junho do ano que vem (quando termina o Plano Safra vigente) — pontua Antônio da Luz, economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado (Farsul).
Deve ficar mais “barato”, no entanto, o custo dos financiamentos de linhas com juro livre e os tomados fora do sistema bancário (como barter e mercado de capitais, por exemplo).
— Quem emite CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) vai pagar juro mais barato, as empresas que fazem barter terão menos juro — acrescenta o diretor de agro do Grupo Suno, Octaciano Neto.
Esses mecanismos representam entre 30% e 40% da demanda total por crédito rural, conforme Octaciano Neto – se considerada uma necessidade de R$ 1 trilhão.
— O grosso do crédito rural será impactado (pela redução na taxa Selic). Mesmo nas operações que já foram tomadas, porque são pós-fixadas — completa o economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz.