Em preparação para a próxima safra de verão, produtores de soja do Brasil acompanha com atenção as variáveis que compõem os preços do grão em reais. A semana começou com um movimento de alta na Bolsa de Chicago por conta da previsão de duas a três semanas de condições atmosféricas que elevarão as temperaturas no chamado cinturão de grãos americano e também deixarão escassa a chuva . E que, com exceção de algumas áreas da região, também não têm perspectiva de chuva.
Esse prognóstico trouxe preocupação com o possível impacto dessas condições na produção americana. E o efeito veio na forma de melhora das cotações do grão, na segunda-feira, em todos os vencimentos de contrato. Os de novembro fecharam em US$ 13,6175 o bushel (medida equivalente a 27,21 quilos), variação de 0,63% em relação à sexta-feira.
Em reais, a queda nos valores pagos pelo prêmio (ágio ou deságio) da soja acabou ofuscando essa valorização da commodity em dólares. À espera de preços mais atrativos, os agricultores brasileiros, que se preparam para a nova safra e poderão plantar nova área recorde, têm puxado o freio nas comercializações futuras.
— Em todos os Estados, a comercialização está mais lenta do que em relação à média dos últimos quatro anos (para esse período) — observa Índio Brasil dos Santos, sócio-diretor da Solo Corretora.
No Rio Grande do Sul, que costuma ter um percentual menor do que a média brasileira, a venda antecipada não chega a 8%, projeta Santos, quando poderia estar perto de 15%.