A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Em crise financeira e articulando uma série de movimentos para recuperar o equilíbrio das contas, a cooperativa Languiru, com sede em Teutônia, ingressou na segunda-feira (3) com um pedido de recuperação judicial. O movimento é mais uma tentativa de reorganizar a situação financeira da empresa, que acumula dívida de mais de R$ 1,1 bilhão.
O caso corre em segredo de justiça e não há muitos detalhes sobre o processo. O valor da causa apresentado no pedido é de R$ 456 milhões.
O andamento do processo, no entanto, é uma incógnita, já que os pedidos de recuperação judicial não são cabíveis a cooperativas. Resta aguardar como a Justiça vai conduzir a solicitação da empresa. Já houve casos no Rio Grande do Sul em que cooperativas ingressaram com pedidos semelhantes, e o tribunal gaúcho não permitiu.
Em nota, a Languiru disse que aguarda manifestação do Judiciário. E que "a tutela de urgência é apresentada no momento em que a Languiru evolui nas negociações de ativos, e alguns credores promovem o ingresso de ações em desfavor da cooperativa". O texto ainda diz que "a medida cautelar tem o intuito de suspender medidas executivas".
Fontes ouvidas pela coluna explicam que, via de regra, pedidos como esse não costumam correr em segredo de justiça. Justamente porque há interesse dos envolvidos.
Apesar da incerteza sobre o prosseguimento do caso, o pedido demonstra mais um movimento importante da Languiru em buscar proteção contra os credores e de tentar uma reestruturação da empresa.
A cooperativa anunciou recentemente outros passos envolvendo venda de ativos, como venda de frigorífico e negociação de supermercado da marca. Também anunciou aposta no segmento de grãos. Em abril, a empresa anunciou novos nomes da diretoria, com Paulo Roberto Birck assumindo o cargo de presidente para conduzir a reestruturação da cooperativa.