Com junho chegando à segunda metade, o anúncio do novo Plano Safra começa a entrar na contagem regressiva. O pacote que trará as condições — e o volume – de crédito rural para o ciclo 2023/2024 tem dia para entrar em vigor: 1º de julho. Neste momento, entre as certezas já colocadas pelo governo federal está a de que as linhas da agricultura de baixo carbono terão condições diferenciadas de juro e limites, como sinalizou, em mais de uma ocasião, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
Ao participar, virtualmente, de evento realizado em Campinas, no interior de São Paulo, o titular da pasta falou que ainda estão sendo feitas definições do Plano Safra. E que certamente passam pela negociação com integrantes do ministério guardião dos recursos: o da Fazenda.
Embora sem trazer detalhamentos, o governo tem dito, conforme Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS), que haverá recursos para a produção familiar e juro diferenciado para quem tem cultivo de itens da cesta básica.
— Tem bastante sugestões, mas nada de concreto, definitivo ainda — completa o dirigente.
Na segunda-feira, representantes das cooperativas estiveram com Fávaro. Presidente da Fecoagro-RS, Paulo Pires conta que o ministro falou do empenho em fazer um plano “forte e abrangente”.
— Mostramos a necessidade de o Plano Safra sair logo, estamos atrasados nisso. O agro não para e está precisando, e o Rio Grande do Sul de uma forma especial — disse Pires, em relação à perda de renda gerada com as duas últimas estiagens registradas na produção gaúcha de verão.
Colheita farta
- Apesar da frustração de safra no RS, o Brasil se prepara para fechar novo recorde na produção de grãos. Dados divulgados ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e IBGE apontam nessa direção
- O levantamento da Conab estima volume de 315,8 milhões de toneladas na safra de grãos 2022/2023, alta de 15,8%, sobre o ciclo anterior. Resultado que vem puxado pela soja, com produção prevista em 155,7 milhões de toneladas — a colheita alcançou 99% da área semeada.
- O IBGE projeta 305,4 milhões de toneladas, 16,1% maior do que a safra de 2022
- Em relação à safra de inverno do RS, a Conab prevê manutenção da área de trigo, com 1,45 milhão de hectares. O IBGE estima recuo de 1,9%, com 1,5 milhão de hectares