A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Mais e mais barata. É assim que a oferta de carnes no mercado brasileiro deve se comportar neste ano, segundo levantamento elaborado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Considerando os três principais tipos de proteína animal consumidos no país — bovina, suína e de frango, a companhia estima que a oferta atinja o seu recorde. São projetadas 20,7 milhões de toneladas, aumento de 5% ante ao volume estimado em 2022.
Pelo menos dois motivos explicam a maior quantidade de carne disponível aos brasileiros. O primeiro vem da própria produção. Somente na carne bovina, a projeção é de que o país produza cerca de 9 milhões de toneladas em 2023. A razão para isso, lembra a Conab, vem do momento do ciclo pecuário, que deve registrar um pico de abates devido ao crescimento do descarte de fêmeas.
Também são esperados aumentos importantes na produção de aves, para 15,2 milhões de toneladas, e na carne suína, podendo a proteína atingir o maior volume da série histórica, ultrapassando 5,3 milhões de toneladas.
O segundo fator que contribui para a maior oferta vem do mercado internacional. Ainda reverberando os impactos da suspensão temporária da venda de carne bovina ao mercado chinês, a queda nas exportações ao país aumentou a disponibilidade para consumo interno. O cenário, somado à alta na produção, eleva em 12,4% a oferta de carne bovina aos brasileiros.
Segundo a Conab, o recorde em volume terá efeito no bolso dos consumidores. A maior oferta de carnes nas prateleiras deve ser sentida com a queda dos preços. E o recuo já aparece nos índices: de janeiro a abril deste ano, o preço das carnes caiu 3,08%, conforme divulgação mais recente do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) pelo IBGE.