Maior exportador mundial de carne de frango desde 2004, o Brasil encerrou 2022 quebrando o seu próprio recorde. Conforme a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), foram embarcadas 4,8 milhões de toneladas da proteína, superando em 4,6% o volume de 2021, até então a melhor marca.
Dos ingredientes que tornaram possível essa conquista, além da qualidade do produto, está a sanidade do rebanho. O país se mantém livre de influenza aviária, doença que afeta outros fornecedores.
Apesar de outros fatores terem influenciado o resultado, como o impacto da guerra no Leste Europeu, o aumento dos custos de produção na União Europeia e o apetite chinês, foi o status sanitário brasileiro que se sobressaiu no ano:
— O Brasil, que nunca registrou casos e é livre de influenza aviária, se manteve como porto seguro para o suprimento global de carne de frango — explica o presidente da ABPA, Ricardo Santin.
Desempenho que contou com a produção gaúcha. O Rio Grande do Sul também fechou com marca histórica na exportação da proteína. Foram 755,64 mil toneladas, alta de 7% sobre 2021.
— Mas nem tudo é mar de rosas. A exportação reduz parcialmente o impacto dos custos de produção altíssimos que a avicultura viveu em 2022, mas não como deveria. O setor está consciente de que não é a salvação da lavoura. O mercado interno está muito instável — afirma José Eduardo dos Santos, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).
Os números
Brasil
- 4,82 milhões de toneladas exportadas em 2022, volume que supera em 4,6% o de 2021
- US$ 9,76 bilhões faturados, valor 27,4% maior que o registrado no ano anterior
Rio Grande do Sul
- 755,64 mil toneladas exportadas, 7% maior
- US$ 1,51 bilhão faturados, alta de 28,44%
*Colaborou Carolina Pastl