A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
A sinalização de novas medidas de auxílio a produtores afetados pela estiagem comunicadas ontem (19) pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário foi bem recebida pelas entidades que cobravam retornos do governo desde o ano passado. Em Brasília, durante seminário da Frente Parlamentar da Agricultura Familiar (FPAF), o ministro Paulo Teixeira garantiu que as instituições financeiras que operam crédito rural farão a suspensão imediata da cobrança de parcelas de dívidas vencidas.
As tratativas com representantes do setor seguiram até a noite e contemplaram outras demandas. A promessa inclui desconto no custeio pecuário (aos produtores que não têm Proagro) e prorrogação no pagamento de investimentos, empurrando uma parcela para o fim dos contratos.
Segundo Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), entidade que lidera as reivindicações junto a parlamentares, a proposta alinhada com o MDA ainda seguirá para o Ministério da Economia, para só então ser batido o martelo, mas a expectativa é de que se concretize. O deputado Elton Weber, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária Gaúcha, e o deputado Heitor Schuch, que presidiu a reunião no FPAF, consideraram o avanço da pauta positivo.
— Não é tudo aquilo que queríamos, porque pedíamos desconto também nos investimentos, mas já vai resolver uma parte dos problemas — avaliou Joel.
Segundo o presidente, a nova sinalização do governo federal é mais abrangente do que as medidas que haviam sido anunciadas durante a visita dos ministros a Hulha Negra, em fevereiro. Agora, as ações se estendem a um número maior de produtores que também colheram prejuízos com a seca.
Na avaliação da Fetag-RS, as mobilizações dos produtores no Estado aceleraram a resposta por medidas. Ontem, entidades representativas da agricultura familiar voltaram a realizar protestos em diversos municípios gaúchos contra a demora no anúncio das medidas, retomando uma agenda de atos que vinham ocorrendo desde o ano passado. Novos protestos vão depender da concretização das medidas.