Sete dias se passaram desde a visita da comitiva do governo federal ao Rio Grande do Sul para ver os estragos causados pela estiagem. De lá para cá, fatores relacionados ao problema, do clima a medidas para enfrentamento, tiveram atualizações. A chuva que esteve tão escassa nesse ciclo de produção de verão voltou a ser registrada e, onde caiu, ajudou a hidratar plantações e a garantir condições mais satisfatórias aos animais. As ressalvas vêm da distribuição — irregular — e do momento em que chegam essas precipitações — quando há danos que não podem mais ser recuperados.
O relatório da Emater ressalta que há “grande variabilidade de potencial produtivo, conforme os danos, maiores ou menores, em decorrência da estiagem”.
O apoio aos produtores segue sendo buscado, ainda que a comitiva tenha anunciado ações emergenciais — em um total de R$ 430 milhões.
O presidente da Famurs, Paulinho Salerno, diz que a entidade recebeu nesta quinta-feira (2) a confirmação do acesso ao socorro humanitário (cestas básicas, aluguel de carro pipa e combustível) a municípios que buscarem Sistema Integrado de Informações Sobre Desastres (S2iD) — são previstos R$ 100 milhões via Ministério do Desenvolvimento e Integração Regional. Recursos para assentados pagarem parcela do Crédito Instalação e para Microcrédito Produtivo (somando R$ 300 milhões), estão disponíveis aos agricultores, conforme o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar.
Entidades da agricultura familiar avaliam, no entanto, que há medidas essenciais que ainda não foram contempladas. A Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS) classificou como insuficientes as ações já colocadas pelos governos, por entender que as medidas atendem a um percentual pequeno. A entidade promete mobilizações caso demandas, como a prorrogação dos financiamentos, não saiam em 15 dias. A Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf-RS) reforça que as ações anunciadas são importantes, mas que atendem a uma parte pequena do público.