Naquela que será a primeira missão oficial do novo governo brasileiro para a China, há um grupo que estará olhando também para os interesses do Rio Grande do Sul. Representantes de entidades e empresários se juntam à comitiva ministerial já nesta semana e acompanham os compromissos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Maior parceiro comercial do agro brasileiro, o país asiático ainda tem muitas oportunidades a oferecer, sempre na escala do bilhão. Uma delas é a ampliação da abertura comercial para a carne suína produzida no Estado.
A mudança do status sanitário em relação à aftosa, livre sem vacinação, dá a chance de incluir a venda da proteína com osso e também miúdos. Itens que, conforme a indústria, agregam valor.
— O maior objetivo é que a China reconheça o status do Estado, já obtido pela Organização Mundial de Saúde Animal. Teríamos a mesma condição que Santa Catarina, já que temos status (sanitário) equivalente — afirma José Roberto Goulart, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Suinos do RS (Sips).
Goulart também é diretor comercial da Alibem, empresa que já é habilitada à exportação para os chineses — o RS tem oito plantas aptas, das 16 de todo o país. A validação da China permitiria que dessem esse avanço nos negócios.
Essa é também a principal pauta que será levada pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) em relação à carne suína. Outro ponto a ser buscado, aí também para o frango, é a ampliação do número de plantas habilitadas, explica o presidente da entidade, Ricardo Santin, que estará acompanhado do diretor de mercado Luís Rua.
— Acompanharemos o ministro Carlos Fávaro, ajudando no esclarecimento de todas as necessidades técnicas e consultas — reforça Santin.
Na sexta-feira desta semana (24), a entidade, junto com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), que representa empresas de carne bovina, realiza um seminário sobre a proteína brasileira. Pela Abiec estará o também gaúcho Antonio Camardelli.
O desejo acalentado ao longo dos últimos anos de acessar esse mercado, pelo potencial que tem de volume e de remuneração, é o que motiva Ivon Silva, diretor comercial do Frigorífico Silva, de Santa Maria, a embarcar no roteiro pelo país asiático.
— Vamos prospectar negócios — afirmou à coluna.
Atualmente, no RS, apenas a Marfrig tem unidades de bovinos aptas a vender à China (são três plantas).