Números de uma pesquisa sobre comportamento digital feita pela agtech Grão Direto mostram que o produtor brasileiro já colocou esse canal no cardápio de negócios. Ao mesmo tempo, o levantamento sinaliza que existe espaço para fazer o apetite crescer. A plataforma voltada ao mercado de grãos ouviu pessoas da base de mais de 270 mil clientes, em todo o Brasil, no primeiro semestre.
Divulgados agora, os resultados apontam, por exemplo, a frequência das aquisições (de produtos em geral, não só de itens do agro) remotas (por site, rede social, e-mail e outros recursos tecnológicos). A maior parte dos entrevistados, 51,9%, disse que realiza compras digitais pelo menos uma vez por mês (veja gráfico acima). E nesse universo, os produtores representam a maior fatia: 63,2%. Gabriela Felizardo, líder de operações da Grão Direto, pontua que, assim como na plataforma “é um público bastante atento às mudanças no mercado, e que mostra-se adepto a utilizar” o universo virtual. Não só para fechar o negócio em si, mas também para buscar informações que o ajudem a fazer a melhor tomada de decisão:
— O mercado de grãos não é como o de alface, que o produtor negocia todos os dias. O agricultor faz, na média, de 10 a 15 negociações por ano. Para ele, é superimportante estar atento ao que está acontecendo.
Outra resposta à pergunta sobre frequência de compras nos meios digitais também evidencia um potencial a ser trabalhado: o segundo maior percentual era de pessoas que não haviam realizado negócios no período de 12 meses.
— Essa é uma transformação que está acontecendo, tem cada vez mais pessoas participando.
E, em uma curva de transformação digital, tem também aqueles mais tardios na adesão de novas tecnologias. A presença geográfica em mais regiões e essas pessoas são um ponto de atenção, porque existe muito espaço — completa a líder de operações.