Foi ao combinar duas paixões que os De Boni, do município de Bom Jesus, criaram um produto único: um azeite de oliva com azeitonas colhidas nos Campos de Cima da Serra. Além de ser a região da família e estar fora do eixo tradicional da olivicultura gaúcha, característica que pode ser sentida na "ponta da língua", a diferenciação do produto também está na sua relação com a música. A começar pelo próprio nome da marca: Gaita.
Um dos irmãos donos do negócio, Matheus Costa De Boni explica como tudo começou:
— As terras eram dos meus avós e antes havia pecuária extensiva. Em 2014, vimos uma oportunidade de investir na olivicultura para agregar mais valor na área.
Apesar da maioria dos olivais no Estado se concentrar na Metade Sul, os De Boni provaram que apostar no novo dá certo. Trouxeram técnicos que deram o aval para começarem a plantação em uma região a mil metros de altitude e grande amplitude térmica, o que, conforme De Boni, confere uma maior complexidade no azeite. Atualmente, a família tem 2,5 mil árvores, que resultam em uma produção de 3 mil litros de azeite por ano.
Só que apostar no novo também é complexo. Com colheita manual, as olivas são levadas em um caminhão refrigerado até a Estância das Oliveiras, da Quinta da Estância, em Viamão. Lá, é extraído e envasado o azeite, para então ganhar a rotulagem.
E é no rótulo que começa a história da música, continua De Boni. Ou termina. Aliás, o mote da produção do Gaita é “Feito com arte”.
— A nossa família sempre teve uma veia artística. Meus avós gostavam muito de gaita. Tocavam na cozinha, dançavam. Minha mãe é artista plástica e desenhou o símbolo da marca — detalha o empreendedor.
E, para não passar a deixa, um Gaita foi entregue para um dos maiores gaiteiros do mundo, Renato Borghetti. Reforçando a veia artística que a marca possui.
*Colaborou Carolina Pastl