No Dia de Finados, quando são lembrados aqueles que já partiram, as flores são uma das formas encontradas pelas famílias para prestar homenagens, o que faz da data um momento importante para o setor. Neste ano, o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor) projeta que as vendas cresçam até 9% sobre 2019 (considerado referência, em razão das restrições trazidas pela pandemia em 2020 e 2021). Diretor da entidade, Renato Opitz atribui a estimativa ao momento de maior controle da pandemia, que deve fazer mais pessoas irem aos cemitérios para prestar homenagens – o que foi mais difícil nos últimos dois anos.
Percepção diferente da que se tem no Rio Grande do Sul. No Estado, o setor avalia que, ano após ano, as flores têm perdido espaço na data. Associação Rio-Grandense de Floricultura (Aflori) e Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa/RS) apontam pelo menos três motivos para esse movimento.
Um deles é a prevenção à dengue. Para evitar a proliferação do mosquito, algumas prefeituras proíbem flores naturais nos cemitérios. Outro ponto é a substituição do sepultamento pela cremação. Além disso, a pandemia fez muitas pessoas deixarem de fazer a visitação.
– Antigamente, vinham diversos caminhões com flores para as cidades. Hoje, a reverência aos falecidos é na lembrança, não em lugares específicos – analisa Walter Winge, presidente da Aflori.
– A pandemia favoreceu a perda desse hábito – concorda Arlindo Moller, do Shopping das Flores da Ceasa.
Saiba mais
- As principais flores vendidas nesta época no Brasil são as “de vaso”. Principalmente crisântemos e kalanchoe
- No Rio Grande do Sul, a produção de crisântemo está concentrada na região de Santa Cruz do Sul
- A Ceasa/RS estima um aumento no preço médio das flores nessa data em até 30%. A razão é o custo de produção, que ficou mais caro
- O setor de flores foi muito afetado na pandemia. No Dia de Finados em todo o Brasil em 2020, a venda caiu 15%, chegando a cerca de 13 milhões de unidades. Em 2021, o segmento conseguiu voltar ao patamar de comercialização de 2019
Fontes: Ibraflor e Aflori
*Colaborou Carolina Pastl