Desde o início da história da Igreja Católica, os primeiros cristãos rezavam pelos seus falecidos e faziam visitas frequentes a seus túmulos. No entanto, de início, o costume não era praticado por todos os fiéis, sendo cada vez mais introduzido ao longo dos séculos.
O principal responsável pela definição do dia 2 de novembro dedicado à alma dos mortos foi o monge francês Odilo de Cluny, no ano de 998. Contudo, séculos antes do sacerdote ter nascido, o teólogo Agostinho de Hipona (354-430), o Santo Agostinho, já tinha escrito o texto De Cura pro Mortuis Gerenda, livro que lançou as bases para como os cristãos acabam tratando os mortos.
E mesmo com todas as bases do Dia de Finados terem sido lançadas em tempos antigos, foi apenas no começo do século 20 que a data foi universalizada pela Igreja Católica pelo Papa Bento XV.
Apesar da oficialização pela Igreja, os rituais e datas dedicadas aos mortos existem desde antes da era cristã, mais precisamente dentro das culturas chamadas de "paganismo antigo", como nos povos da antiga Grécia, Roma, Egito e das tribos germânicas.
De acordo com o teólogo e filósofo Fernando Altemeyer Júnior, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em entrevista ao portal G1, "Martirológio Romano", o calendário oficial da Igreja, explica tanto essa data quanto o Dia de Todos os Santos, comemorado no dia 1º de novembro.
— Solenidade de todos os Santos que estão com Cristo na Glória. Na mesma celebração festiva, a santa Igreja ainda peregrina sobre a terra venera a memória daqueles cuja companhia alegra os Céus, para que se estimule com o seu exemplo, se conforte com a sua proteção e com eles receba a coroa do triunfo na visão eterna da divina majestade... A Igreja, mãe piedosa, quer interceder diante de Deus pelas almas de todos os que nos precederam marcados com o sinal da fé e agora dormem na esperança da ressurreição, bem como por todos os defuntos desde o principio do mundo cuja fé só Deus conhece — Explica.
Os povos da América, durante a era pré-colombiana, também possuíam seus próprios ritos e métodos para tratar os mortos. Com a chegada dos europeus e a fusão de culturas, o Dia de Finados acabou adotando características únicas em cada país. No México, por exemplo, o El Dia de Los Muertos é uma das mais importantes expressões cultuais, também chamando atenção como atração turística. Os festivais celebrados pelo país foram classificados como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) desde 2008.
No Brasil, a data foi estabelecida como feriado através de lei sancionada em 2002.