Entre as raças que fazem sua estreia na Expointer está a de caprinos kalahari. Os 16 exemplares inscritos são de Renato Moreira Linhares, de Santana da Boa Vista (foto), que cria a raça há quatro anos.
— Sempre gostei da cor vermelha. Tanto que o gado (bovino) que crio é brangus. Encontrei a raça e me interessei, principalmente pela rusticidade e pela sua carne ser parecida com a bovina - acrescenta o produtor, que também trabalha com ovinos.
Novidade na feira, a kalahari é também recente no Brasil. A primeira importação de embriões da África do Sul foi entre 2017 e 2018 — embora haja relatos de criadores desde a década de 1980.
Jônatas Grellmann Breuning, presidente da Associação dos Caprinocultores do RS (Caprisul), entende que a exposição é uma vitrine para divulgar a raça. O Brasil tem cerca de 200 exemplares, a maior parte no Nordeste, estima Cléssio Moreira, que vai compor o júri na feira.
Outra estreia
Mais uma novidade será a presença oficial de bovinos de corte da raça bravon, que resulta do cruzamento entre devon e zebuíno. Serão três exemplares nesta Expointer, todos do criatório de Wanderley José Corona, de Anita Garibaldi (SC)
— É muito representativo levar animais para a Expointer. Busco fazer negócio, tornar a minha cabanha conhecida e divulgar a raça bravon, que é mansa, precoce e rústica — conta Corona, que selecionou Barão, Apolo e Átila para levar ao parque Assis Brasil, em Esteio
O registro da raça bravon no Ministério da Agricultura é recente: saiu em 2020, embora produtores como Corona criem há mais tempo — no caso dele, desde 2016
Neste ano, estão inscritos na feira 131 caprinos de três raças e 655 bovinos de corte de 16 raças.
Mais sobre as raças
- A kalahari é uma raça caprina originária da África do Sul. O nome vem do deserto de Kalahari, localizado em parte da Angola, de Botsuana, da Namíbia e da África do Sul. São animais usados para produção de carne. Possuem coloração vermelha, que protege contra a luz solar, e são bastante resistentes a doenças, segundo a Caprisul
- Já a bravon é uma raça bovina de corte resultante de melhoramentos genéticos de cruzamentos de animas devon com zebuínos de corte. Segundo a Associação Brasileira de Criadores de Devon e Bravon (ABCDB), a raça une a precocidade, fertilidade, habilidade materna, facilidade de acabamento e qualidade de carcaça e de carne da raça devon com a rusticidade, adaptabilidade, longevidade e resistência a endo e ectoparasitas das raças zebuínas. Também são animais bastantes tolerantes ao calor e se alimentam de diferentes tipos de pastagens, como os kalahari. Sua coloração é amarronzada
*Colaborou Carolina Pastl