Depois de um hiato de dois anos sem ocorrer no formato presencial, a 4ª abertura oficial da colheita da noz-pecan marca a volta do evento. A celebração está marcada para sexta-feira (13), em Encruzilhada do Sul. E, ainda que haja o que se comemorar, seja o retorno da comemoração tradicional, o crescimento de 10% da área plantada em um ano ou a qualidade superior do fruto em 2022, a safra da noz pecan também entrou para as estatísticas como mais uma afetada pela estiagem no Estado.
A quebra é estimada em 24% em comparação à passada, de acordo com o Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan), com uma produção que deve chegar a 4,1 mil toneladas de fruto. E o prejuízo é ainda maior, considerando que a área plantada cresceu, alcançando hoje 7,45 mil hectares, e que, destes, 4,55 mil já estão em produção comercial.
— Enquanto a área plantada continuar crescendo no Rio Grande do Sul, todo ano é para termos colheita recorde — esclarece Demian Segatto, presidente do IBPecan, acrescentando que é a partir do oitavo ano até o décimo quinto que a árvore cresce em produtividade numa escala comercial.
Segundo Segatto, o problema da falta de chuva foi o período em que ocorreu: na floração dos pomares, quando é estabelecido o tamanho da amêndoa. Tanto é que depois, a partir de março, quando os pomares entraram na fase de enchimento da amêndoa, momento de depositar nutrientes, as precipitações cessaram, o que contribuiu para garantir qualidade à safra.
— O prejuízo que vamos ter nesta safra é em relação ao volume e ao tamanho médio da amêndoa. Porque a qualidade está excelente, superior inclusive a do ano passado — acrescenta.
Em função da menor oferta, a rentabilidade deve ser maior ao produtor. Segatto estima um preço de R$ 15 o quilo da noz com casca pago ao produtor neste ano. No ano passado, o tíquete médio ficou em R$ 12. Para exportação, o valor também está maior e chega a R$ 25 ao produtor. No ano passado, a média ficou em R$ 17,80.
O RS é o principal Estado produtor dessa amêndoa, com 70% das áreas plantadas e 1,6 mil pessoas envolvidas no campo. O restante, cerca de 3 mil hectares, é dividido entre Santa Catarina e Paraná. Os principais municípios gaúchos produtores são Cachoeira do Sul e Anta Gorda.
*Colaborou Carolina Pastl