Com duas áreas de produção, uma no Rio Grande do Sul (foto acima) e outra em São Paulo, os proprietários do azeite de oliva Sabiá sentem um duplo sabor de vitória. O primeiro vem do reconhecimento obtido no concurso espanhol Evooleum, que colocou o blend especial da marca entre os 10 melhores do mundo — o único rótulo brasileiro.
— A gente atribui isso (o resultado) a uma metodologia de trabalho. A fruta, no minuto em que é tirada da árvore, começa a deterioração. Usamos um caminhão baú refrigerado, que fica no pomar, para amenizar esse processo, e tentamos extrair o quanto antes o azeite — explica Bob Vieira da Costa, um dos sócios da Azeite Sabiá.
O produto que recebeu a distinção traz uma mistura das variedades arbequina, arbosana e koroneikei colhidas no município de São José do Pinhal, na Serra da Mantiqueira, interior paulista. Lá, são cultivados 17 hectares, que resultaram, na safra atual, em 30 mil quilos de azeitona.
No Rio Grande do Sul, o gostinho vem da primeira colheita feita a partir da área em Encruzilhada do sul, que soma 110 hectares. Foram 70 mil quilos de frutas, convertidos em azeite no lagar próprio da marca.
— No RS, temos 100% das condições muito favoráveis à olivicultura. O que precisa é corrigir o solo, a acidez dele — observa Costa, que toca o negócio ao lado da esposa Bia Pereira.
A aposta na atividade surgiu em 2014, com a Fazenda do Campo Alto, em São Paulo. As primeiras safras de azeite vieram em 2018 e 2019. Depois, o produto ganhou o circuito comercial e, desde então, vem acumulando prêmios em concursos mundo afora — são mais de 40 reconhecimentos.
Para o próximo ano, um investimento de R$ 10 milhões irá tomar forma. É um equipamento feito sob medida por uma empresa italiana para o processamento.