Ação recente do Ministério da Agricultura suspendeu a comercialização de 24 marcas de azeite de oliva no país em razão de irregularidades detectadas nos produtos. E vem daí a primeira dica a ser observada pelo consumidor, aponta Marcos Vinícios de Souza, auditor fiscal federal agropecuário que trabalha no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária do Estado (LFDA-RS) e também integra o Painel de Análise Sensorial de Azeites:
– Buscar na internet ou diretamente no site do Ministério da Agricultura informações sobre as operações de fiscalização. É bem importante para saber o que não comprar.
A relação de marcas com problemas detectados pode ser consultada nesse portal. Souza explica que, sem um treinamento básico, talvez seja difícil para um consumidor leigo diferenciar um azeite de oliva extra virgem de um virgem ou algo de qualidade inferior. As experiências pessoais, acrescenta, muitas vezes, fazem com que o indivíduo “acostume” com determinados defeitos sensoriais sem considerá-los um problema.
Mas é possível adotar cuidados que podem ajudar na tarefa de identificar quando a oferta é diferente da promessa. A primeira dica é: desconfie de produtos muito baratos. Outro ponto importante é o armazenamento do produto. Luz, temperatura elevada e contato do ar com o azeite são fatores que aceleram o processo de oxidação (que deixa o azeite rançoso). Por isso, deve-se evitar mercadorias envasadas em embalagens transparentes e observar as condições de exposição das embalagens no ponto de venda.
Diferentemente do vinho, no azeite, quanto mais novo, melhor. Por isso, dê preferência a produtos da safra. Caso isso não seja possível, observe a data do envase. Há ainda um mito, que, segundo Souza se mantém e é bastante explorado nos rótulos. É o de que a acidez indicada aponta um azeite extra virgem de qualidade melhor.
– A acidez livre é um parâmetro de qualidade, mas usar apenas esse não é suficiente para diferenciar um azeite com 0,2% de acidez de outro com 0,8%, por exemplo (em relação à qualidade). O padrão de identidade e qualidade do azeite define que até 0,8% de acidez livre é considerado como extra virgem.
Saiba mais
- Conforme a legislação brasileira, existem três categorias de azeite de oliva: o extra virgem, o virgem e o lampante. Os dois primeiros podem ser consumidos in natura, mantendo todos os aspectos benéficos ao organismo. O terceiro, deve ser refinado para ser consumido, quando passa a ser classificado como azeite de oliva refinado – o que deve estar informado no rótulo
- O azeite extra virgem tem acidez menor que 0,8%. O virgem, entre 0,8% e 2% e lampante, maior do que 2%