Uma sequência de operações realizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), entre os meses de novembro e dezembro, retirou das prateleiras dos supermercados e impediu a comercialização de 151.449 garrafas de azeite de oliva. As ações foram realizadas em seis Estados: São Paulo, Rio Janeiro, Ceará, Goiás, Paraná e Santa Catarina.
O diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, Glauco Bertoldo, afirma que nos últimos anos foi observada uma mudança na falsificação dos azeites de oliva. Os falsificadores misturavam óleo de soja, com corantes e aromatizantes artificiais, e vendiam os produtos para redes menores de supermercados e, até, diretamente para restaurantes.
O órgão identificou 24 marcas vendidadas irregularmente em todo o Brasil. Mas conforme o diretor do Ministério, a investigação não envolve marcas de azeites de oliva produzidos a partir de oliveiras nacionais.
— Essas marcas faziam o envaze aqui no Brasil, mas nada tem a haver com a produção de azeite de oliva das marcas nacionais. O que eles vendiam não era azeite de oliva. O consumidor pode ficar tranquilo quanto a qualidade do produto brasileiro — garantiu Bertoldo.
Ainda durante a ação, foram encontradas três fábricas clandestinas e foi suspenso o registro de uma indústria no interior de São Paulo. A multa pela adulteração de alimentos, como o azeite de oliva, pode chegar até R$ 532 mil atingindo os produtos e também os supermercados que realizam a venda.
O azeite de oliva o segundo produto alimentar mais fraudado do mundo, atrás apenas do pescado, e considerando o aumento do consumo deste produto na época das festas de final de ano, a ação do Mapa teve como objetivo inibir a venda dos produtos adulterados e evitar que o consumidor seja enganado.
O azeite de oliva virgem pode ser classificado em três tipos: o extra virgem (acidez menor que 0,8%), virgem (acidez entre 0,8% e 2%) e lampante (acidez maior que 2%). Os dois primeiros podem ser consumidos in natura, mantendo todos os aspectos benéficos ao organismo. O terceiro, tipo lampante, deve ser refinado para ser consumido, quando passa a ser classificado como azeite de oliva refinado. A análise é complexa, exige treinamento e equipamentos sofisticados. As fraudes dos produtos foram confirmadas em laudos analíticos avaliados pela rede oficial de Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA).
Além das classificações, o Mapa orienta os consumidores a sempre desconfiarem de produtos com valor muito abaixo das demais marcas; ficar atento às características da embalagem, pois o vidro deve ser escuro; e, buscar adquirir produtos com a data de envase mais recente.