O Rio Grande do Sul, que terminou 2021 com o menor rebanho de ovinos da história, neste ano caminha para tentar mudar esse cenário. É o que projeta o setor a partir da lei sancionada nesta segunda-feira (11) e que muda a forma de aplicação dos recursos do Fundo de Desenvolvimento da Ovinocultura (Fundovinos).
Criado em 1998, o fundo recolhe anualmente cerca de R$ 1,5 milhão das indústrias de lã e carne, para que sejam feitos investimentos na qualificação da produção gaúcha. Composto por representantes do governo estadual e do setor, é gerido pela Secretaria da Agricultura.
A principal alteração da lei é a determinação da realização de convênio para uso dos recursos. Um dos argumentos para isso é o de que uma parcela muito pequena vinha sendo efetivamente aplicada.
— É um dia muito especial. Começamos a mudar a ovinocultura do Estado — comemorou o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), Edemundo Gressler, na cerimônia de sanção da lei realizada pelo governador Ranolfo Vieira Júnior.
O secretário de Agricultura, Domingos Velho Lopes, afirmou que o fundo “será um banco de investimentos para a cadeia produtiva de ovinos”.
Autor da proposta, o deputado Luiz Fernando Mainardi avalia que, além de melhoramentos diversos, a lei poderá fazer com que o RS alcance 8 milhões de ovinos em 10 anos. Ele lembrou da expansão do rebanho à época em que foi titular da Agricultura – chegou a 4,1 milhões de cabeças – a partir do Programa Mais Ovinos. Foram aplicados recursos do fundo para financiamentos com o objetivo de reter matrizes.
Ovinos no RS
Segundo a Arco, o Estado tem o terceiro maior rebanho de ovinos do país, com 3,1 milhões de cabeças, que produzem anualmente 7,5 milhões de quilos de lã, e mais de 50 mil produtores. Mas já teve um rebanho de quase 13 milhões de cabeças de ovinos, que produziam anualmente cerca de 30 milhões de quilos de lã.
*Colaborou Carolina Pastl