Para preservar os ovinos, acossados pela invasão de javalis no Estado, uma portaria com um programa de controle da espécie invasora será assinada no dia 26. O local para a apresentação do texto é emblemático: será na Feovelha, em Pinheiro Machado, uma das principais feiras de ovinos da temporada de verão.
O evento, que neste ano ficou mais curto – serão quatro e não cinco dias –, terá foco total nos negócios e uma mudança importante. A venda de reprodutores será no sábado, dia 28, sem se estender para o domingo, como nos outros anos.
O tradicional Rematão permanece na sexta-feira, dia 27.
A diminuição do número de dias da Feovelha – que termina dia 29 – tem relação direta com os custos, explica o presidente do Sindicato Rural de Pinheiro Machado, Gabriel Camacho. Em média, são necessários cerca de R$ 500 mil para a organização da feira.
Focado nos negócios, o evento deve ter valorização dos animais colocados em pista – no ano passado, somou 2.736 animais negociados. O faturamento foi 53% inferior ao de 2015, mas a média geral subiu 7%.
– A tendência é de que haja diminuição no número de animais inscritos, mas os que vierem serão mais valorizados – aposta o presidente do sindicato.
A oferta menor reflete nova queda no rebanho gaúcho, que fechou em 3,26 milhões de cabeças (8,85% a menos que em 2015). Entre as causas apontadas para a redução estão os ataques de javalis. Conforme o presidente da Comissão de Exposições e Feiras da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Francisco Schardong, fala-se em cerca de 15 mil ovinos mortos.
– O javali é um problema muito sério na ovinocultura – diz.
Com o cordeiro como principal produto, Schardong aposta em uma procura maior de reprodutores e matrizes. Ele lembra que a Feovelha é balizadora de preços para o mercado.