Enraizada na cultura gaúcha, a produção de ovinos no Rio Grande do Sul viveu diferentes fases ao longo de sua história e hoje tem na eficiência o principal desafio. A temporada de remates de verão mostrou uma demanda que segue aquecida, com médias em alta e pista limpa (ou seja, com venda de toda a oferta).
A procura por animais em alta reflete o mercado, que tem na carne de cordeiro um produto valorizado, com consumo maior do que a produção. E é aí que entra a necessidade do setor se reposicionar, aponta André Camozzato, coordenador da Câmara Setorial da Ovinocultura da Secretaria da Agricultura, da comissão da atividade na Farsul e consultor do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA):
– Temos de focar nas questões produtivas, de eficiência. A taxa de sobrevivência é de 50%, 60% e deveria ser de, no mínimo, 90%. E essa relação está muito vinculada à nutrição.
Na prática, isso significa tornar o rebanho mais produtivo, para dar conta do que o mercado pede, tendo o aumento do número de cabeças como consequência – o RS tem 2,99 milhões de ovinos. Hoje, o Brasil precisa importar carne de cordeiro de outros países para dar conta do consumo – que é tímido se comparado a outras proteínas animais, menos de um quilo por habitante per capita.
– Existe todo um mercado para ser atingido. Só que não adianta buscá-lo se não tiver produção – diz Camozzato, acrescentando que outro paradigma a ser quebrado é da carne de cordeiro.