A graduação em Ciências Econômicas e o mestrado em Economia Aplicada deram a Rodrigo Feix as ferramentas para desenvolver seu trabalho no Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria de Planejamento. A proximidade e o interesse pelo agronegócio, no entanto, vieram de berço: nasceu e cresceu em Horizontina, onde pôde acompanhar de perto a mistura entre as relações urbanas e rurais. O município do Noroeste tem na indústria de máquinas agrícolas um de seus motores. Chefe da Divisão de Estudos de Atividades Produtivas do departamento, ele conta um pouco da sua trajetória profissional. Confira trechos da entrevista.
Como foi sua aproximação com o agronegócio ?
Nasci e cresci em Horizontina, que tem a base econômica no agronegócio. A indústria de máquinas agrícolas é a principal atividade local, e as relações entre o rural e o urbano se misturam muito. Também tenho avós e tios que são agricultores e participaram da expansão para o Cerrado. Ainda na infância pude acompanhar as rotinas típicas da agricultura familiar. Quando comecei o curso superior, logo me interessei por aplicações da teoria econômica para o contexto agrícola. No mestrado, pude conhecer o amplo campo de atuação de Economia Agrícola.
Você sempre gostou de fazer cálculos ou veio a se interessar?
Matemática, estatística e econometria são disciplinas chaves no curso de Economia. Sempre gostei de trabalhar com análise de conjuntura, entender o funcionamento dos mercados agropecuários e os cenários futuros. O uso de métodos quantitativos facilita muito esse trabalho. Então, eu diria que é uma importante ferramenta de trabalho, um aplicativo que precisa ser sempre atualizado, mas não é um fim em si mesmo.
Como dados podem ajudar no desenvolvimento do setor?
As estatísticas são uma importante fonte de informações para melhorar a tomada de decisão. Estatísticas confiáveis são uma espécie de farol para o planejamento estratégico e tático. É importante para o produtor saber como a sua produção e rentabilidade se situam em relação à média da região, a que taxa cresce a oferta e a demanda dos produtos que comercializa, como os preços e os custos estão evoluindo. O uso gerencial dessas e outras informações pode melhorar a gestão de riscos e a eficiência do negócio. Para as empresas de outros segmentos do agronegócio, são úteis para sinalizar oportunidades de investimento. No setor público, para planejar, propor e avaliar políticas públicas pertinentes.
Qual a rotina da função e que características deve ter um profissional dessa área?
Em geral, atividades de preparação de estatísticas ocorrem em paralelo com o acompanhamento da conjuntura do setor. Para a elaboração dos indicadores do agronegócio no departamento (DEE), precisamos recorrer a outras fontes primárias de dados e realizar recortes setoriais e para o RS. Mas além de apresentar os dados mais recentes de forma organizada é fundamental entendê-los e interpretá-los. Isso envolve um acompanhamento permanente da conjuntura, uma vez que a estatística divulgada hoje reflete condições ocorridas em um passado recente. Além de estar familiarizado com softwares estatísticos, é desejável que esse profissional conheça teoria econômica e tenha disposição e curiosidade para acompanhar a conjuntura.