No ano em que a safra recorde embalou a economia do Rio Grande do Sul, a indústria de máquinas acelerou rumo ao posto de maior geradora de vagas de emprego no agronegócio — foram 5.347 postos novos. É o que mostra o dado consolidado de 2021 apresentado pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), da Secretaria de Planejamento. O setor produtivo como um todo fechou o ano com saldo de 17,9 mil vagas, 7,22 mil a mais do que em 2020.
— É um movimento associado ao crescimento da safra e às condições de rentabilidade da safra, com preços historicamente elevado e taxa de juro relativamente baixas. Também considerando o conjunto de novas tecnologias — avalia Rodrigo Feix, economista do DEE.
O pesquisador acrescenta que a geração de empregos do segmento poderia ter sido ainda maior, visto que o nível de atividade das indústrias foi impactado pela cadeia de suprimentos. A demanda se tornou maior do que a capacidade de atendimento.
— Tem um efeito na atividade de 2022 ainda dessa demanda reprimida. Talvez gerando menos vagas, mas preservando o nível de atividade elevado. Essa é a tendência para o primeiro semestre — projeta Feix.
Outro destaque na abertura de novos postos foi o comércio atacadista de produtos agropecuários e agroindustriais: foram 3.774 vagas, 3.227 a mais do que havia gerado em 2020. O economista do DEE explica que, nesse caso, há um "efeito indireto da expansão do volume de produção e da rentabilidade da safra do ano passado".
O maior número de estoques de empregos permanece sendo o da indústria de carnes, mas o último trimestre de 2021 mostrou uma redução das vagas. Feix observa que "geração estancou e no segundo semestre teve efeito negativo":
—O crescimento do setor em 2020, que foi muito expressivo, está em um momento de inflexão.