A partir de denúncias anônimas, a fiscalização agropecuária apreendeu nesta semana mais de 750 toneladas de sementes piratas nos municípios de Pejuçara e Augusto Pestana, no Norte do RS. Eram grãos de trigo, aveia branca, azevém e soja que estavam sendo comercializados como sementes certificadas, os três primeiros possivelmente para esta safra de inverno.
— Quando o “pirata” oferta uma semente com material genético protegido, ele na verdade está enganando o comprador, porque aquele material não foi produzido dentro de campos de sementes registrados, com todo o acompanhamento e dentro da legislação. Ou seja, o produtor estará comprando gato por lebre — explica o chefe da Divisão de Insumos e Serviços Agropecuários da Secretaria da Agricultura, Rafael Lima.
Entre os riscos trazidos pela pirataria de sementes, Lima cita a limitação do potencial produtivo da lavoura e a possibilidade do produtor rural levar para dentro de sua propriedade espécies de plantas daninhas nocivas, de difícil controle, além de outras doenças. Para se ter uma ideia, só de trigo, eram quase 340 toneladas, capazes de semear 2,2 mil hectares.
Agora, as propriedades rurais fiscalizadas só poderão comercializar esses grãos apreendidos como alimentação animal ou para indústria, para virar farinha, por exemplo. Desde que comprovem, claro, que esse seja o fim. Por causa do grande volume, o material permaneceu nos locais fiscalizados.
*Colaborou Carolina Pastl