Para transformar em ações os pedidos de produtores afetados pela estiagem será preciso vencer um obstáculo considerável, seja na esfera federal ou na estadual. É o orçamento, que precisa ser reconstruído para atender as demandas de caráter mais urgente. Entram nessa lista, a prorrogação do vencimento das parcelas do crédito rural, linha de crédito emergencial e eventual auxílio a ser concedido às famílias mais carentes.
Foi para chamar a atenção ao drama enfrentado por agricultores familiares gaúchos frente às perdas que duas mobilizações foram realizadas, uma na Capital e outra em Ijuí, no Noroeste. No caso dos recursos da União, a situação fica ainda mais complexa porque a necessidade de adicionar cifras vai além das medidas da estiagem. Hoje, está faltando dinheiro para a subvenção do Plano Safra em vigor (o que fez as contratações serem suspensas). Também é nas contas de 2022 que precisa entrar a verba a ser usada na equalização do próximo Plano Safra, que entra em vigor em julho. A estiagem, e os catastróficos prejuízos financeiros se somam a isso.
Secretário-adjunto da Agricultura do Estado, Luiz Fernando Rodriguez Junior estima em cerca de R$ 4 bilhões os recursos extraordinários (por parte da União) para o refinanciamento de produtores com perdas pelo clima. Mas o valor pode ser ainda maior, consideradas as necessidades de complemento do Plano Safra (atual e futuro). A assessoria econômica da Federação da Agricultura do Estado (Farsul) está levantando esses dados, que serão apresentados em reunião no próximo dia 24, com o governador Eduardo Leite e a bancada gaúcha no Congresso e na Assembleia. Junto, serão compartilhados caminhos para a reconstrução orçamentária.
No Estado, a liberação de linha de crédito igualmente depende de recursos extras. A Agricultura faz um levantamento de quanto seria o montante exigido.