A chuva prevista para este mês finalmente deve chegar às regiões da Fronteira Oeste, Alto Uruguai e Missões. E o momento é importantíssimo: a maior parte das lavouras de soja – 56%, segundo dados da Emater – está em floração e enchimento de grão, período crucial para a definição da produtividade, que já apresenta impactos da estiagem. Também não são esperadas novas ondas de calor, como as que foram registradas por quase duas semanas de janeiro.
O meteorologista da Secretaria Estadual da Agricultura Flávio Varone pondera, no entanto, que apesar da previsão neste mês ser de um volume maior de chuva, a distribuição deve se manter irregular no Estado.
– Haverá locais com pouca ou nenhuma chuva – resume.
Na propriedade de Michel Ferrari, no município de Sarandi, que fica na região do Alto Uruguai, a chuva segue sendo bem-vinda, mas chega tarde. Ele estima uma redução de 80% em relação à expectativa inicial de resultado nos 20 hectares cultivados com soja. Em uma safra normal, acrescenta, há de 40 a 50 vagens por pé. Nesta, apenas seis estão se desenvolvendo.
– Se a chuva realmente vier, só reduzirá os danos, que já são muito grandes. Reverter não tem como porque o grão foi plantado em novembro, o ciclo já foi definido – explica o agricultor.
Conforme o último levantamento da Emater, mais de 253 mil propriedades estavam sofrendo os impactos da estiagem. Conforme a Defesa Civil, até ontem, 384 municípios gaúchos haviam decretado situação de emergência e outros dois apenas o registro.
*Colaborou Carolina Pastl