Sistema que se consolidou no Rio Grande do Sul, a rotação entre as culturas de arroz e de soja estará mais forte do que nunca na safra de verão. No primeiro levantamento de safra divulgado pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), a área do grão aparece com novo recorde. Deve somar 408,12 mil hectares, avanço de 15,37% sobre o ano passado. Já o cereal pode ter leve redução de 1,2%, somando 957,45 mil hectares.
– A soja está avançando cada vez mais, os produtores estão conseguindo se apropriar das tecnologias desenvolvidas. A tendência é de continuar subindo (a área da soja na rotação com o arroz) – afirmou a diretora técnica do Irga, Flávia Tomita.
E há espaço para ampliar a dobradinha, observa a diretora, com a ressalva de que “não é em todas as áreas de arroz que a soja tem boa adaptação”. Outras culturas e atividades já estão na fila da integração. É o caso do milho e da pecuária, que devem entrar no sistema com benefícios técnicos e econômicos, aponta o diretor comercial da entidade, João Batista Gomes.
No quesito agronômico, a rotação permite maior controle de plantas invasoras na lavoura de arroz. No financeiro, ter um outro produto a oferecer dá ao agricultor a opção de ter liquidez no momento em que o cereal não estiver no melhor preço.
– Hoje, trabalhar só com a cultura do arroz ficou praticamente inviável. A forma de ter rentabilidade é atuar na questão do custo. Há uma diluição sensível (com a rotação) – observa o dirigente.
O trabalho de plantio do arroz no Estado, maior produtor nacional, já começou, atingindo quase 10% da área prevista. A Fronteira Oeste é a região mais avançada: tem 26,9% dos 287,15 mil hectares previstos já semeados.