O patamar ainda não é o mesmo do início do ano, mas a recomposição do mínimo de biodiesel a ser misturado no diesel comercial para a faixa de 12% reacende a confiança das indústrias do setor. A alteração vale para o leilão de número 81 e encerra o corte iniciado em abril.
Na ocasião, sob o argumento de tentar conter o aumento de preços do diesel comercial, o Ministério de Minas e Energia anunciou a medida de redução do percentual a ser adicionado, que era então de 13% (B13) para 10% (B10). Com vigência estimada para 60 dias, a ação foi recebida pelas empresas de biocombustíveis com preocupação, como publicado pela coluna na ocasião.
Uma das grandes inquietações trazidas era a possibilidade de suspensão de investimentos programados para o setor, que, segundo a Associação dos Produtores de Biocombustíveis (Aprobio), já aplicou mais de R$ 9 bilhões e hoje tem acima de 1,5 milhão de trabalhadores.
Outro ponto de atenção era o de que a medida, considerada uma intervenção, acabasse por fragilizar a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio).
Não por acaso, o assunto marcou os discursos na transição para a nova diretoria da Aprobio, no final de junho. Depois da posse, a entidade reforçou em Brasília a importância de recolocar a produção no trilhos.
— Isso traz confiança para que se possa retomar o B13 neste ano e chegar o B15 no ano próximo — pondera Francisco Turra, presidente da Aprobio.
Com a recomposição, acrescenta, o Brasil ganha “duplamente na agregação de valor”, já que do esmagamento da soja para a produção do biodiesel resulta o farelo, outro importante insumo do segmento de proteína animal.