Com resultados positivos acumulados, como o crescimento de 11,8% em faturamento, que chegou a R$ 35 bilhões em 2020 — como antecipou a coluna —, as cooperativas agropecuárias do Estado veem espaço para crescer ainda mais. É por isso que, ao apresentar o relatório Expressão do Cooperativismo, no Tá Na Mesa, da Federasul, Vergilio Perius, presidente da Organização das Cooperativas do RS (Ocergs), apontou o que vê como obstáculo à expansão das agroindústrias do segmento. É a taxa de 6% nos financiamentos para a construção de novas plantas:
— Tem de baixar o juro. Se fosse na linha do que é o Pronaf, surgiriam mais indústrias para esmagamento de trigo, de soja.
Ele enfatizou esse ponto ao presidente da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Márcio Lopes, que também participou do evento.
— Em uma depressão econômica e em uma pandemia, os dois setores que mais empregam e mais resultados trazem são a agroindústria, no campo, e a construção civil, nas cidades — entende Perius.
Para o presidente da OCB, o futuro do segmento passa por quatro grandes pilares: profissionalização, inovação, integridade e sustentabilidade.
— Porque não existirá agricultura, futuro se não tivermos sustentabilidade como um todo — completou Lopes.
O dirigente também vê como importante a ferramenta do Plano Safra, mesmo com a abertura ao setor privado no crédito rural. Aliás, ressaltou que cooperativas são pioneiras em Cédula do Produto Rural (CPR) e de letras de crédito:
— Brigo muito pela manutenção do Plano Safra, porque os bancos servem como referência. Se perde isso, o produtor fica exposto.