As próximas duas semanas serão decisivas para a finalização e aprovação do Plano Safra 2021/2022. A coluna apurou que há duas datas prováveis consideradas para o evento, os dias 22 e 23 deste mês. O pacote já vinha sendo desenhado pelo Ministério da Agricultura, mas aguardava-se a recomposição do orçamento da União – que só veio na semana passada – para fazer os arremates finais. O resgate feito das cifras viabiliza programas e linhas que estavam sob risco.
Antes da divulgação oficial, é preciso ainda passar pelo crivo do Conselho Monetário Nacional (CMN), o que deve ocorrer na próxima semana. Enquanto isso, entidades representativas mantêm a pressão por itens que consideram essenciais.
Amanhã, a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) tem encontro com os secretários de Agricultura Familiar e de Política Agrícola do ministério, para tratar das reivindicações que constam no documento entregue em abril. Na próxima terça-feira, outra agenda, dessa vez com representantes da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS) e a ministra Tereza Cristina.
Tudo isso faz parte do processo de negociação. Entre o que é desejável e o que é possível, alguns pedidos ganham status de essenciais. A redução de um ponto percentual no juro das linhas de custeio e de investimento foi solicitada. Em cenário de Selic com reajuste, a manutenção das taxas atuais já seria uma condição satisfatória.
– Nossa maior preocupação é com a falta de recursos – pondera Eugênio Zanetti, vice-presidente da Fetag-RS.
A ampliação dos valores a serem disponibilizados, para custeio e investimento entram na lista dos apontamentos feitos, em razão da demanda represada. Outra questão relevante é o aumento do teto das linhas de crédito, em razão da alta nos preços dos itens passíveis de financiamentos. E o do faturamento-limite para enquadramento no Pronaf.