Depois de um ano em que o cobertor foi na medida para atender à demanda da subvenção do seguro rural, a preocupação é de que volte a ficar curto. Conforme o Ministério da Agricultura, o valor inicial a ser liberado, já a partir deste mês, é de R$ 693 milhões. A quantia representa 71% do total previsto no orçamento federal que foi aprovado pelo Congresso Nacional, R$ 976 milhões. A parcela que falta tem previsão de entrada no segundo semestre.
Ainda assim, é inferior à expectativa do Plano Safra e da cifra prevista na lei orçamentária, R$ 1,06 bilhão. Política considerada prioritária – e essencial em anos de intempéries –, o programa de subvenção, no entanto, não escapou imune dos cortes da versão final do Congresso.
Para buscar a proteção de área de igual tamanho a anterior, com a alta de custos, o acréscimo da subvenção deveria ser de 30%, estima Elmar Konrad, 1º vice-presidente e coordenador da Comissão de Política Agrícola, Seguro e Crédito Rural da Federação da Agricultura do Estado (Farsul). Ele lembra que, em 2020, houve reposição no valor compatível com o aumento de custos e com a área. E houve redução dos percentuais de subsídio.
– Houve substancial aumento da subvenção. Até o Rio Grande do Sul foi contemplado.
A observação de Konrad tem relação com o calendário agrícola do país, que termina no Estado. Como o acesso à subvenção é pela ordem de contratação, os produtores gaúchos costumam ficar no fim da fila. O que faz com que, em anos de “cobertor curto”, ou seja, com demanda maior do que a oferta, corram o risco de ficar fora da cobertura.
O dirigente da Farsul acrescenta que uma das razões para a colheita histórica da soja neste ano no Estado foi, junto com a tecnologia empregada, a autoestima do agricultor, viabilizada pelo seguro, que ajudou a diminuir o impacto da quebra da safra passada.
Diretor do Departamento de Gestão de Riscos do Ministério da Agricultura, Pedro Loyola afirma que, com o montante inicial liberado para 2021, será possível fomentar a contratação de aproximadamente 115 mil apólices, permitindo a cobertura de uma área de 7,5 milhões de hectares no país.
Na divisão de valores, os maiores montantes dessa primeira parcela serão destinados para as culturas de inverno, R$ 400 milhões, e as de verão, R$ 200 milhões.