O jornalista Fernando Soares colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço
Depois da estiagem derrubar a produtividade na safra passada e voltar a dar as caras na primavera de 2020, atrasando o plantio da soja, os agricultores gaúchos pareciam estar na iminência de viver mais um ano com problemas na principal cultura de verão do Rio Grande do Sul.
No entanto, o retorno da chuva ao Estado em janeiro trouxe de volta o otimismo aos sojicultores. A reversão gradativa do déficit hídrico nas últimas semanas gera um cenário positivo, até o momento, marcado pelo bom desenvolvimento das lavouras.
De acordo com a Emater, atualmente, 46% das lavouras de soja se encontram na fase de desenvolvimento vegetativo, 36% em floração e outros 17% em enchimento de grãos. Apenas 1% da área semeada está em maturação, acompanhando a média histórica para este período em safras anteriores.
Relatório conjuntural do órgão de assistência técnica detalha que a cultura vem sendo beneficiada com o clima atual e as lavouras têm “condições fitossanitárias boas, desenvolvimento satisfatório e bom aspecto”.
– A chuva tem sido frequente e em boa quantidade. O produtor está otimista, começando a se esquecer do cenário de estiagem. Hoje, o foco é com a manutenção da lavoura – sinaliza Décio Teixeira, presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja-RS).
Apesar do quadro alentador, Teixeira lembra que os próximos 50 dias permanecem sendo decisivos para garantir a produtividade ideal para a cultura. Para a safra ser cheia, a chuva precisa seguir regular e se intercalar com períodos de tempo firme para a realização dos tratamentos.
Neste ciclo, o Estado plantou 6,1 milhões de hectares, a maior área já registrada para a oleaginosa. A estimativa inicial da Emater é de colheita de 18,9 milhões de toneladas. Já a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) projeta 19,8 milhões de toneladas. Na safra passada, os produtores gaúchos colheram 11,3 milhões de toneladas.