Diante da garantia de que não há risco de desabastecimento de arroz no país, o pedido para a retirada da taxa para importação do arroz de fora dos países do Mercosul ficou enfraquecido. Em reunião da câmara setorial, foram 16 votos pela manutenção da tarifa externa comum, seis pela derrubada, uma abstenção e uma ausência, do total de 24 entidades.
Conforme quadro de oferta e demanda apresentado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o estoque final da safra 2019/2020 está estimado em 534 mil toneladas, suficientes para dar conta da demanda até o início de 2021, quando já começa a entrar a produção catarinense.
– Os números da Conab mostraram que temos arroz até final do ano, era desnecessário derrubar a tarifa – observa Francisco Schardong, presidente da Comissão de Arroz da Federação da Agricultura do Estado (Farsul).
Presidente da Federação das Associações de Arrozeiros (Federrroz), Alexandre Velho afirma que houve entendimento, não só por parte de produtores, do risco da medida:
– Traríamos arroz mais barato em plena colheita. Além disso, falou-se no indicativo de que haverá aumento de área plantada na safra 2020/2021.
Nesse cenário de oferta maior, o temor era de desvalorização. Depois de anos de prejuízos, agricultores querem manter um bom patamar de preços.
O Sindicato da Indústria do RS (Sindarroz-RS), diferentemente dos de outros Estados, votou pela manutenção da taxa.
– É um voto de confiança diante das garantias de abastecimento –observa Tiago Barata, diretor-executivo da entidade.