Embora numericamente ainda em desvantagem, as mulheres ampliam a presença no universo do agronegócio em posições de comando, que vão da gestão da propriedade até a comunicação. Foi pensando em dar voz àquelas que são referências profissionais em suas áreas de atuação que a jornalista e empresária Camilla Menezes levou para a plataforma virtual da Expointer 2020 o projeto Ecolha+. Em três episódios, convidadas falaram sobre temas relevantes à atividade como protagonismo, desafios, sucessão familiar, nova geração e comunicação. Porta-vozes de quem está na atividade, as influenciadoras digitais do setor encerram nesta quarta-feira o ciclo de debates.
Na lista de presenças, a gaúcha Camila Telles, 27 anos, que ultrapassou os limites do Estado por meio das redes sociais, ganhando espaço no país todo com sua defesa declarada do agro— nesta terça-feira, somava 129 mil seguidores no Instagram. A carreira como influenciadora não foi planejada, mas ganhou força depois da repercussão de postagens em sua conta, a começar por um vídeo em que fazia uma paródia a uma música de Anitta. E que fez o número de seguidores se multiplicar por quatro em 48 horas. Hoje, trabalha na AgroBravo, empresa voltada a roteiros técnicos do agronegócio em diversos países. E segue mais ativa do que nunca no ambiente digital.
— Se o agro está com mais voz, é porque essa voz é feminina. Temos vários exemplos legais, mostrando o protagonismo da mulher não só na propriedade rural, na gestão, mas também na defesa do setor — afirma Camila, que é relações públicas e nascida em uma família de produtores rurais de Cruz Alta.
Ela entende que esse protagonismo na defesa do agro também é um estímulo para que mais mulheres se interessem em investir no setor.
Também produtora (de galinhas caipiras com manejo livre e hortifrúti), a paulista Aretuza Negri, 33 anos, do Canal Ela é do Agro! é outra convidada. Ela vê na familiaridade com o setor (ou é próximo de alguém ou está na atividade), o grande diferencial dos agro influenciadores. Vantagem ampliada no caso das mulheres, com um tato diferenciado na hora de conversar com quem está dentro e fora do setor:
— A mulher tem esse dom de se comunicar, se expressar, ser mais diplomática. Acho que conseguimos passar a mensagem do agro de uma forma mais amorosa, mais carinhosa, sentimental. E acho que isso é importante.
Ao trazer esses exemplos de mulheres líderes, a principal mensagem que a idealizadora do projeto quer deixar é a de que o sucesso profissional não tenha de ser determinado pelo gênero, mas sim, pelo o trabalho desenvolvido:
— Hoje ainda vivemos um quadro em que as mulheres esperam muito para assumir posições que já estão preparadas para assumir.
O programa Escolha+ vai ao ar no canal 3 da Expointer (expointer.rs.gov.br), a partir das 18h30min desta quarta-feira (30).
