Nos capítulos da história da Expointer, a edição que se inicia neste sábado em formato híbrido, deve se converter em um marco importante de transformação. Tanto quanto a que foi vivida em 1970, quando a exposição de animais do Menino Deus se mudou da Capital para o parque Assis Brasil, em Esteio, onde dois anos depois ganharia o nome atual. É o que avaliam organizadores da feira.
Diante das restrições do mundo real trazidas pela pandemia, foi preciso mudar a lógica e levar a feira até as pessoas. A ferramenta digital passa a ser imprescindível para fazer a conexão com o público em geral, já que as atividades presenciais têm participação restrita a profissionais diretamente envolvidos.
Como a Expointer se estende até o dia 4 de outubro, é cedo para saber o que funcionará e como será a adesão ao novo modelo. Ainda assim, a avaliação é de que o uso do meio virtual como plataforma de interação veio para ficar.
– Essa virada de chave projeta a Expointer para o futuro – pondera Leonardo Lamachia, presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac).
Vergilio Perius, presidente do Sistema Ocergs/Sescoop-RS, também estima que a ferramenta digital veio para ficar, à medida que facilita a comunicação à distância. Ao mesmo tempo, há características da feira que a tecnologia não substitui.
– O aspecto social da Expointer é algo que não se substitui – afirma Francisco Schardong, presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul).
Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS) concorda:
– É mais uma oportunidade (a plataforma digital). Mas não vai substituir a feira presencial.
A nova feira na visão das entidades organizadoras
Covatti Filho, secretário da Agricultura
Essa alternativa permanecerá nas próximas feiras, andando junto com a presencial. A expectativa é de visibilidade e da presença do público no ambiente virtual.
Claudio Bier, presidente do Simers
– É uma nova ferramenta que essa pandemia nos ajudou a descobrir. Vem para ficar, sim. Certamente ano que vem, teremos as duas feiras, a presencial e a virtual.
Francisco Schardong, presidente da Comissão de Exposições e Feiras da Farsul
– O digital ficará como complemento nas próximas. O presencial faz parte do sucesso da Expointer.
Leonardo Lamachia, presidente da Febrac
– A presença do público, a atmosfera, a energia, tudo acontecendo ao mesmo tempo são insubstituíveis. O que veio para ficar é essa plataforma digital transmitindo conteúdo.
Vergilio Perius, presidente do Sistema Ocergs/Sescoop-RS
– Será um marco referencial que fica. Mas sozinho não se suporta.
Carlos Joel da Silva, presidente da Fetag-RS
– Se o modelo do drive-thru funcionar, podem ser organizadas outras feiras da agricultura familiar nesse formato. Mas não vai substituir a feira presencial. As pessoas gostam de ter esse contato.