Os resultados do mais recente censo agropecuário mostram que os estabelecimentos rurais ainda são predominantemente masculinos. Segundo o levantamento do IBGE, os homens representam 81,3% do total de produtores nacionais. No Rio Grande do Sul, esse percentual é um pouco maior: 87,9%.
As informações consolidadas do levantamento, conduzido entre outubro de 2017 e fevereiro de 2018, foram divulgas pelo órgão em novembro de 2019. A boa notícia é que tanto no país quanto no Estado esse número já foi maior. Em 2006, o sexo masculino respondia por 87,3% no território nacional e 90,7% no gaúcho. Pode-se dizer que foi um avanço tímido, considerando que o intervalo entre um censo e outro foi de 11 anos. De toda forma, é uma conquista que precisa ser comemorada e ampliada.
A mulher começa a ganhar forma enquanto produtora rural. Sempre esteve lá, ao lado do marido e da família, mas por vezes não era percebida enquanto protagonista.
— Ela deixou de ser invisível e passou a ser atuante — confirma Lérida Pavanelo, coordenadora de mulheres da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS).
Para a dirigente, o leve aumento em relação ao dado anterior também é reflexo do trabalho desenvolvido ao longo de 30 anos por movimentos sociais para que elas pudessem começar “a dar as caras”.
Outro ponto considerado importante é a divulgação, por meio da imprensa, das histórias dessas personagens que ajudam a tocar a produção agropecuária.
— Isso vai dando coragem — acredita a coordenadora da Fetag-RS.
No RS, o maior percentual de participação feminina está nas pequenas propriedades. Estabelecimentos rurais entre zero e menos de 50 hectares têm 12,8% de mulheres.
Há uma nova geração de mulheres assumindo as rédeas da produção, buscando formação, envolvendo-se em todas etapas do processo e querendo fazer o negócio prosperar. São histórias que precisam ser multiplicadas. Para que os estabelecimentos rurais sejam a área de atuação de quem quiser. Independentemente do gênero.
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