A participação das mulheres no agronegócio vem crescendo. Pesquisa feita pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio revelou que, nos últimos quatro anos, a presença feminina no segmento saltou de 10% para 31%. No parque da Expodireto, elas também aparecem, mostrando que vêm tomando as rédeas dos negócios.
Uma das proprietárias da Sementes Webber, localizada em Coxilha, a engenheira agrônoma Celi Webber Mattei fez do trabalho no campo uma opção de vida e hoje é referência.
– Ser mulher é uma luta constante. E sempre será – diz.
Embora tenha casado aos 19 anos com um produtor de soja e milho, a mulher de voz suave e firme optou por seguir na empresa do pai, com dois irmãos.
– Não lembro na minha geração alguém que tenha feito essa escolha. Mas nunca quis ser igual a ninguém e segui meu instinto – conta Celi.
A empresária teve dois filhos durante a graduação, um deles com necessidades especiais, e depois mais uma menina. Aos 57 anos, é avó de Martina, ajuda a cuidar dos pais e não parou de se aperfeiçoar, sendo a responsável por supervisionar a produção de sementes.
– Chefio 65 funcionários, quase todos homens. Sinto uma certa resistência. Mas uso minha sensibilidade e desenvolvi a firmeza de um homem. Acho que tenho conseguido ser uma boa líder – avalia ela, que também foi responsável por criar o grupo de mulheres no Sindicato Rural de Passo Fundo.