Sete seletivas e 439 conjuntos depois, as classificatórias do Freio de Ouro terminam com um saldo positivo dentro e fora das pistas. O caminho trilhado até a grande final, no dia 27 de setembro, foi de adaptação. Em razão da pandemia, foi preciso adotar protocolos especiais para manter a covid-19 longe das pistas. Apenas uma etapa, a da Argentina, havia sido realizada quando o vírus chegou ao país. Nas demais, foi preciso seguir as determinações que incluíam medidas como uso de máscaras, entrada restrita na área do parque Assis Brasil às pessoas diretamente relacionadas à disputa (proprietário, ginete, tratador e veterinário), se a participação do público, medição de temperatura, atuação de monitores, entre outras ações.
— Todos que participaram aceitaram e cumpriram os protocolos. Realmente, a gente priorizou o cuidado para que não se tivesse problemas — avalia Francisco Fleck, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), organizadora da competição.
O empenho dos colaboradores da entidade, divididos em duas equipes que faziam revezamento nos finais de semana das seletivas, é outro ponto destacado pelo dirigente. Na última seletiva, disputada ao longo do final de semana, mais 14 exemplares habilitaram-se à disputa do título. Entre os machos, o primeiro lugar ficou com Reservado do Liscano-TE, da Fazenda Liscano, de Pelotas (RS), conduzido pelo ginete Ricardo Gigena Wrege.
Nas fêmeas, a maior pontuação ficou com AM Gaita, da Cabanha Sol Brilhante, de Frederico Westphalen.Foi guiada pelo ginete Daniel Waihrich Marim Teixeira. Com 21 freios (entre ouro, prata, bronze e alpaca) no currículo, ele falou sobre a importância de "cada um fazer a sua parte" para que as coisas, aos poucos, possam voltar à normalidade:
— Fazer a prova de máscara claro que não é confortável. Mas tomar esses cuidados é o mínimo que podíamos fazer para que o concurso fosse realizado.
O profissional chegou neste ano à marca de de mais de 150 animais classificados para a final ao longo de suas participações, que começaram em 1994, quando ele tinha apenas 14 anos e levou para casa o Freio de bronze. Em 2020, conseguiu levar para a disputa do título cinco animais, tendo ainda cinco reservas, que poderão vir a ser chamados. Sobre a ausência do público — em torno de 15 mil pessoas no domingo da prova — observa:
— Logicamente não terá aquela vibração do público. Mas o gosto da gente estar correndo o freio, de conquistar a prova, isso não mudará para ninguém.
A final da 39ª edição do Freio de Ouro está marcada para 27 de setembro, no parque Assis Brasil, em Esteio, e terá em pista 98 animais da raça. Seguirá os protocolos de segurança e terá transmissão em tempo real.
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