A divulgação dos dados da indústria de máquinas agrícolas do país em maio traz uma sequência de crescimentos nas vendas de unidades. Houve alta na comparação de maio sobre abril (61%), sobre igual mês de 2019 (23,3%) e sobre o acumulado do ano (0,9%), quando também registra o melhor desempenho desde 2017. Ao avaliar o resultado, o vice-presidente de máquinas autopropulsadas da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Alfredo Miguel, faz uma ressalva importante:
— No final de março, início de abril, as empresas tiveram de encerrar as operações, em média, por 20 dias (para ajustar seus espaços em razão da pandemia). A produção caiu e, em seguida, cresceu de novo com a reabertura.
As 3,6 mil unidades fabricadas em maio representam o dobro de abril, ainda que apontem recuo de 29,5% na comparação com igual mês do ano passado. Sobre as vendas, Miguel entende que refletem o momento vivido pelo agronegócio, atividade que efetivamente não parou. E a demanda por grãos e por proteína animal segue existindo.
No Rio Grande do Sul, a percepção também é positiva. Claudio Bier, presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas (Simers) conta que, em reunião com empresas associadas teve como retorno que as vendas estavam em bom ritmo, estimuladas pelo período de plantio do trigo e da safra de inverno. Além disso, cita o preço das commodities como outro fator que contribui para o resultado. Diferentemente do Estado, com perdas expressivas em razão da estiagem, o Brasil teve safra cheia, o que deve se traduzir em renda ao produtor. E em relação aos impactos da covid-19, avalia:
— Passou o susto inicial. E a agricultura é muito dinâmica.
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