Diante da pertinente recomendação de que se evitem aglomerações de pessoas, para frear o avanço do coronavírus no Brasil, o calendário do agronegócio sofre alterações importantes com suspensão ou adiamento de feiras. Nesta terça-feira (17), organizadores da Agrishow, um dos principais eventos do país, marcado para 27 de abril a 1º de maio, em Ribeirão Preto (SP), têm reunião para bater o martelo. Mas tudo se encaminha para que seja transferida. Em 2019, a tecnologia exposta no parque impulsionou negócios, que somaram R$ 2,9 bilhões.
— A feira é um instrumento para mostrar as máquinas. É provável que tenha impacto (caso seja adiada). Mas como é algo inusitado, não tem como prever — pondera Pedro Estevão Bastos, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq), uma das organizadoras.
Se a opção for postergar a data, a Agrishow ampliará a lista de eventos com alteração no país. Muitos serão reacomodados no calendário. Outros deixarão de ser realizados. É o caso da Expoagro Afubra, voltada à agricultura familiar e que começaria amanhã em Rio Pardo, no Vale do Rio Pardo.
A 20ª edição ficará para 2021. Presidente do Sindicato da Indústria de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers), Claudio Bier entende que haverá impacto nos negócios por conta desse cenário. Ontem, a entidade realizou videoconferência para tratar do assunto. Por enquanto, fabricantes localizadas no Estado mantêm a produção.
— Essas feiras têm participação grande nas nossas vendas — afirma o dirigente.
No caso dos gaúchos, há ainda outro agravante: a estiagem compromete a capacidade de investimento de produtores. Outro fator que tem efeito na indústria. O alento vem de outras regiões do país, onde o tempo mantém as projeções de colheitas fartas.