Com a colheita de soja se encaminhando para o final no Rio Grande do Sul, o desenho das perdas causadas pela estiagem vai ficando mais claro. Ainda que a característica de variabilidade de rendimentos permaneça, estabelecendo-se como uma das marcas dessa safra. Levantamento consolidado dos prejuízos no Estado só deverá ser apresentado pela Emater, agora, quando as máquinas encerrarem os trabalhos no campo.
A estimativa é de que dentro de, no máximo 15 dias, isso ocorra – nesta semana o percentual de área colhida chegou a 84%. No raio x feito em cada uma das 12 regionais da instituição, as diferenças em produtividade aparecem.
Dados até o início da semana mostram que Santa Maria tem o maior percentual de perdas em relação ao início do ciclo: 56%. O menor, em Frederico Westphalen, é de 26%. São quase 20 sacas de diferença – ante 4,25 na projeção inicial. Multiplicada pelo valor médio da saca, de R$ 90,58, a variação atual representa cerca de R$ 1,7 mil por hectare.
A conta serve apenas a título de ilustração, já que a matemática da receita também alterna, conforme oscilações da cotações e evolução das vendas. Reforça que os prejuízos pesam no bolso do agricultor.
– Dentro da regional de Santa Maria, tem produções que não chegam nem perto e outras que vão além dessa perda. Há variabilidade no Estado, nas regiões e nos municípios. O produtor tem de se enxergar neste cenário – observa Alencar Rugeri, diretor técnico da Emater.
Até o momento, foram feitas 8,9 mil perícias de Proagro, seguro para perdas, só na soja. E as medidas de socorro ainda têm alcance limitado. No caso das renegociações, há necessidade de situação de emergência no município. O Piratini avalia decreto único para o RS. Dado da Defesa Civil aponta 174 com emergência reconhecida pela União e 206 homologados pelo Estado.