A falta de chuva no Rio Grande do Sul também cobrará seu preço da pecuária de corte. Embora ainda não seja possível calcular o tamanho desse impacto – o ciclo da atividade é mais longo do que o da produção de grãos –, é consenso que existirão efeitos sobre a produção gaúcha de carne.
A consequência mais imediata tem sido na alimentação dos animais, porque o pasto sofreu com a falta de chuva. A redução na oferta dificulta o processo de engorda e leva à necessidade de suplementação.
– Pastagens de verão e de campo nativo secaram. Há ainda outro problema: normalmente, a reserva de inverno costuma começar ser feita neste período – alerta Pedro Piffero, presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Federação da Agricultura do Estado (Farsul).
Presidente da Associação Brasileira de Angus, Nivaldo Dzyekanski reforça que a estiagem deverá agravar ainda mais o chamado de vazio forrageiro – quando termina a pastagem de verão e ainda não há a de inverno pronta:
– Há reflexos na oferta de novilho gordo, principalmente pela característica do Rio Grande do Sul de fazer a terminação a pasto.
Outra implicação é no ciclo reprodutivo, com potencial impacto na taxa de prenhez das vacas. Mais à frente, isso significa menor número de terneiros. Com efeito também sobre a produção final
– Afeta no geral, tanto na criação quanto na terminação (preparação final do gado para o abate). Animal mal alimentado ou subalimentado vai produzir menos – completa Dzyekanski.
Pecuarista em São Gabriel, Alex Silveira conta que choveu no final de semana, mas em quantidade ainda pequena:
–Vamos levar dois anos para ter recuperação dessa estiagem.