A jornalista Karen Viscardi é colaboradora da colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
O roubo de animais nas fazendas de Santana do Livramento levou pecuaristas, representantes de associações de produtores e de forças policiais de Brasil e Uruguai a buscarem soluções conjuntas. Mesmo que as ocorrências de abigeato tenham caído em 2019 no município da Fronteira Oeste, Livramento ocupa a liderança nesse tipo de crime no Rio Grande do Sul.
— O Estado reduziu os índices nos últimos três anos, mas Livramento, embora tenha registrado queda, continua com números muito superiores a Bagé, que figura na segunda colocação — explica André de Matos Mendes, titular da Delegacia de Polícia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato (Decrab) de Bagé e coordenador estadual das delegacias especializadas.
Levantamento da Decrab indica seis casos de abigeato nos primeiros 20 dias de janeiro. No mesmo período do ano passado, somavam oito. Luis Carlos D’Auria Nunes, presidente do Sindicato Rural do município, considera que esses números podem ser subnotificados, já que muitos produtores, quando têm perdas menores, não fazem ocorrência na delegacia.
— Notamos que os crimes voltaram a aumentar no final do ano, estimulados por alta do preço da carne no Uruguai (mais cara do que no Brasil) e facilidade na legislação — lamenta o dirigente.
Uma das demandas é a criação de cartório especializado dentro de uma delegacia do município, com estrutura de pessoal e logística para investigação.
A solicitação será encaminhada ao vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, em 5 de fevereiro. Em âmbito federal, os pecuaristas irão mobilizar deputados federais e senadores para ampliarem punição aos crimes no campo.