Aos poucos, uma das grandes dores de cabeça dos produtores rurais do Rio Grande do Sul começa a ser aliviada. O furto de gado das propriedades segue caindo. Dados da Secretaria de Segurança do Estado do primeiro semestre de 2019 mostram que as ocorrências de abigeato caíram quase 20% na comparação com o mesmo período do ano passado. E tem sido assim desde 2016, quando foi formada força-tarefa para investigação de crimes rurais.
— A polícia passou a se ocupar das organizações criminosas que geravam esse volume de ocorrências. Eram subtraídos valores de vulto, por quadrilhas que faziam o transporte de caminhão desses animais — explica André de Matos Mendes, delegado titular da Delegacia de Polícia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato (Decrab) de Bagé e coordenador estadual das delegacias especializadas.
Atualmente existem três delegacias funcionando: em Bagé, Santiago e Cruz Alta. Outras duas estão previstas pelo decreto de criação — assinado na Expointer de 2017 —, a de Camaquã e a de Rosário do Sul. A de Camaquã é, neste momento, a que está mais próxima de se concretizar, embora ainda faltem detalhes a ser definidos. Por isso, ainda não há previsão de data para inauguração.
Para o coordenador estadual das Decrabs, a Operação Patrulha, realizada no final do ano passado, é considerada emblemática, com mais de 30 prisões preventivas, que iam de quem furtava o animal no campo até quem comprava essa carne e revendia em mercados:
— Essa ação foi ilustrativa de como a polícia não só reduziu, mas conseguir manter a situação sob controle. Nossa meta é não permitir que as quadrilhas que desarticulamos consigam voltar a se organizar.