Engana-se quem pensa que a auditoria realizada por técnicos do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul foi a parte mais difícil do processo que poderá levar à retirada da vacina contra a febre aftosa. O relatório inicial ainda é aguardado pela Secretaria da Agricultura e, segundo o chefe do Departamento de Defesa Agropecuária, Antonio Carlos de Quadros Ferreira Neto, deve chegar a qualquer momento.
Com o documento em mãos, o serviço estadual poderá verificar eventuais apontamentos feitos durante a passagem da equipe no território gaúcho no mês passado. Além da parada na sede da secretaria, em Porto Alegre, os dois grupos, com dois auditores cada, além de técnico da superintendência regional e da Secretaria da Agricultura, cumpriram roteiro por eixos diferentes pelo Interior.
Os questionamentos poderão ser respondidos e remetidos ao ministério, em Brasília. É só a partir daí que sairá o relatório final. Os técnicos estão confiantes, mas pecuaristas estão longe de ter opinião unânime sobre o assunto. A Secretaria da Agricultura vem fazendo palestras pelo Estado, tentando esclarecer dúvidas.
O maior temor vem dos produtores que têm longo trabalho de seleção genética.
Por outro lado, a inquietação com eventual isolamento do RS em relação a Santa Catarina e Paraná existe. Ao fazer a apresentação da tradicional Farm Show, de Dom Pedrito, José Roberto Pires Weber, presidente do sindicato rural, ex-presidente da Associação Brasileira de Angus, que sempre foi contra a retirada, ponderou que “não podemos ficar isolados no mercado nacional” e que “precisamos fazer uma análise técnica”.
Como se vê, o maior desafio será, a partir da indicação técnica do Ministério da Agricultura, tomar a decisão política de dar — ou não — um passo à frente na busca pelo status de livre da aftosa sem vacinação. Será necessário assumir o bônus e o ônus de qualquer que seja a opção feita.
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