Tão logo a Expointer termine, as atenções de criadores e técnicos do Estado se voltarão para a auditoria do Ministério da Agricultura. É essa ação que dirá se o Rio Grande do Sul está pronto ou não para deixar de vacinar o rebanho de bovinos e bubalinos contra a febre aftosa. Durante cinco dias, entre 2 e 6 de setembro, duas equipes, formadas cada uma por dois auditores externos e um profissional da superintendência regional, avaliarão se as estruturas são capazes de garantir a sanidade dos animais.
Além de passar pela sede da Secretaria da Agricultura, cumprirão roteiro em dois eixos, passando pelos municípios de Dom Pedrito, Caçapava do Sul, Vila Nova do Sul, Uruguaiana, Caxias do Sul, Erechim, Marcelino Ramos e Palmeira das Missões.
Após concluírem o trabalho a campo, os técnicos elaborarão relatório prévio, dentro do prazo de 30 dias.
Os apontamentos feitos poderão ser contrapostos e, depois disso, será elaborado um documento final, que dará ou não o aval para a mudança.
A última auditoria que avaliou o sistema gaúcho foi em 2017. Na época, o Estado ficou com nota 3. Para poder se habilitar ao fim da imunização é necessário, no mínimo, nota 4.
— A mudança de 2017 para cá foi grande — afirma Rosane Colares, chefe da Divisão de Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura.
Na ocasião, foram feitas 32 recomendações, a partir das quais foi elaborado um plano de ação, que está sendo colocado em prática. O Estado também tem feito seminários a fim de esclarecer dúvidas.
— Um dos mitos que queremos desfazer tem relação com o foco de aftosa em Joia, em 2000. O Estado não chegou a retirar a vacina. Foi feita a primeira etapa da imunização, as doses foram recolhidas, porque o objetivo era deixar de vacinar na segunda etapa, mas antes disso veio o episódio — explica Rosane.
O secretário da Agricultura, Covatti Filho, diz que a decisão será técnica, a partir da avaliação feita pela auditoria.